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​cinema, sábado, 17 de março 2012

O Porto

Junto com dois agentes de pastoral amigos, fui ver o filme "O Porto". Le Havre é uma cidade do norte da França que está diante da Inglaterra, "do lado de cá" do Canal da Mancha, ou seja, do lado do continente. O nome original do filme é esse Le Havre porque a história se passa nessa cidade. É um filme finlandês de Ari Kustrikami (nao garanto que o sobrenome seja escrito assim). À primeira vista é um filme irreal e meio conto de fada porque não podemos quase imaginar na Europa de hoje e principalmente naquela região um homem velho, pobre, engraxate que se comprometa em ajudar um menino africano migrante ilegal, fugindo da polícia e principalmente que este homem conte com o apoio e a colaboração de várias pessoas do seu bairro. É quase impensável tal o racismo e a discriminação que atualmente assola a Europa e principalmente a França. Justamente na próxima quinta feira devo estar em Fátima, Portugal, para assessorar um encontro internacional de pastoral dos ciganos e migrantes clandestinos na Europa. Uma situação que não dá para descrever nem quase acreditar que é real. 

Mas, vamos partir do princípio de entrar na história e aceitar como possível. Aí o filme é bonito e muito bem realizado (ganhou prêmio em Cannes em 2011). Eu acho que principalmente é um filme que mostra que é possível e urgente uma nova atitude com os africanos que chegam na Europa escondidos em conteiners como se fossem carga e muitas vezes morrem em condições terríveis. Por outro lado, têm mesmo de escapar de guerras civis e internacionais cruéis, da fome e da seca em seus países. É terrível pensar que no mundo atual, a técnica avança, as comunicações virtuais se aprimoram e as relações humanas involuem e o ser humano parece que se torna menos humano e mais frio e insensível. Temos de mudar isso. O filme é excelente e vale a pena ver. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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