Natal e morte
O Natal se aproxima. As pessoas já se preparam para amanhã à noite. Há um clima humano que vai além do religioso e isso é bom. Mas, esse ambiente natalino se mistura com a realidade difícil que ainda enfrentamos em nosso país e no mundo. Ontem os jornais divulgavam que as favelas têm crescido no Brasil e que as nossas cidades continuam inchando com situações de extrema pobreza, analfabetismo e violência. Nesse mundo, Natal e morte parecem se misturar. E temos de escolher. Nesse dia (23 de dezembro) fazemos memória do martírio de Chico Mendes no Acre e do padre Gabriel Maire em Vitória, ambos amigos que conheci e com os quais convivi ao menos um pouco. Ambos foram vítimas desse sistema iníquo que aumenta a desigualdade social e gera violência. Hoje ainda, a natureza continua cada dia mais agredida, os lavradores no campo e os trabalhadores urbanos continuam sofrendo injustiças e temos de contemplar o presépio acontecendo na vida deles. Que o Natal possa ser uma palavra profética: recomeçar outro caminho humano mais justo e de paz.