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Conversa, quinta feira, 19 de novembro 2015

Em meio a toda a correria desses compromissos que ainda consigo cumprir, vim a Juazeiro do Norte, CE, para coordenar por dois dias um retiro para os agentes de pastoral social do Ceará. Mas, parece que o pessoal da base soube que seria eu que pregaria o retiro e eu não imaginei que o pessoal daqui me conhecia. Juntou muita gente e o grupo grande (umas 50 pessoas) é de agentes de pastoral e gente de base. Algumas pessoas, principalmente senhoras muito pobres e que quando se apresentaram, disseram: eu sou rezadeira. Dois homens se apresentaram como: catador de lixo...

Duas negras lindas vêm da caminhada das mulheres negras em Brasília... Meu Deus, que posso eu dizer a esse pessoal? Como imaginar que sou eu que vou pregar retiro a eles? Tenho vontade de citar João Batista que disse a Jesus: "eu é que devo ser batizado por ti e tu vens a mim?". De todo modo, contam comigo e sim devo confirmá-los na fé e na esperança.

Quando perguntei ao pessoal quais os desafios e problemas desse deserto em que vivemos, as pessoas mais pobres e que têm mesmo dificuldade de se manter (comer) responderam: Os problemas para nós são:  a seca, a falta de trabalho, a violência em nossos bairros, a droga e nossos governantes. (Os governantes entram como um problema igual à violência que mata jovens nas periferias e à droga que ameaça principalmente a juventude).

Como ajudar as pessoas a serem profetas da esperança nesse deserto de perspectivas que é hoje o Brasil?

Comecei a meditar sobre nossa vocação profética. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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