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Conversa, sexta feira, 08 de junho 2012

Queridos irmãos e irmãs, 

Amanhã no Brasil, a Igreja Católica faz memória do beato José de Anchieta, um dos primeiros missionários do Brasil e pioneiro da evangelização dos índios. Hoje lemos sua vida e sua missão a partir do seu tempo e da compreensão de Igreja que havia na época. Em um contexto no qual muitas vezes, os missionários católicos serviam como instrumentos para a colonização mais eficaz e a conquista dos povos considerados pagãos, Anchieta viveu uma missão de defesa dos índios, aprendeu a língua deles e conviveu com eles como um verdadeiro pai e protetor. Hoje, a missão tem outra compreensão e se faz sempre a partir do diálogo com o diferente e da presença amorosa no mundo, assim como do compromisso do serviço libertador. Ontem, revi em DVD um filme clássico do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini. Ele fez "Mama Roma" em 1962 ainda sob influencia do neo realismo italiano no cinema e com uma atriz forte e impressionante como era Anna Magnani. Ao rever aquela história simples de uma prostituta já de meia idade que tenta educar seu filho adolescente de forma que ele se liberte e "seja gente", eu me senti muito unido a tantas mulheres e homens do nosso povo que até hoje vivem esse drama. Que perspectivas de vida, essa sociedade injusta e excludente oferece à juventude de hoje? O que propor para ajudar um rapaz ou moça pobre a encontrar um sentido maior de vida?

Se as Igrejas cristãs pudessem ajudar nisso, como seria bom. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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