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Conversa, terça feira, 09 de fevereiro 2016

Ao olhar pela televisão as imagens do Carnaval nas diversas regiões do Brasil, tenho sempre a impressão de uma espécie de democratização da alegria. Vejo pessoas de origem as mais diversas e das mais diferentes classes sociais brincando juntas na rua como irmãs. Mesmo se essa realidade é passageira e muitas vezes não vai além da superficialidade do momento, assim mesmo é uma interpelação à sociedade de que o mundo poderia ser mais alegre, mais leve e fraterno.

Lembro que nos anos 70, Cacá Diegues fazia o filme "Quando o Carnaval chegar" que parecia uma simples comédia musical centrada em uma troupe de cantores ambulantes, vividos pelos jovens Chico Buarque, Maria Bethânia, Nara Leão e Gal. Mas, a trilha sonora do Chico advertia: "Quem me vê assim, parado, distante, parece até que eu nem sei sambar. Tou me guardando prá quando o Carnaval chegar...". E aí se aludia claramente ao Carnaval da liberdade que a ditadura militar da época não deixava pensar. A ditadura acabou e até hoje continuamos a esperar e a preparar esse carnaval novo e definitivo da liberdade para todos e da igualdade de condições de vida e no qual a festa da comunhão seja o jeito normal de viver...

Para mim que tenho fé, ligo isso com a celebração pascal e vejo na Páscoa de Jesus essa profecia de uma ressurreição geral e definitiva para todos.  

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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