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Conversa, terça feira, 26 de julho 2012

Queridos irmãos e irmãs, 

Estou em João Pessoa e acabo de coordenar a celebração do trigésimo dia da páscoa de irmã Maria Letícia. Era um grupo íntimo das irmãs e amigas/os dela e da irmã Agostinha. O roteiro da celebração foi cuidadosa e amorosamente preparado por duas irmãs agostinianas (Cecília e Gê) e tinha principalmente um conteúdo fortemente pascal. Foi uma celebração de alegria, leve e amorosa. O texto evangélico que proclamamos era o final antigo do evangelho de Marcos: as mulheres saíram do túmulo vazio de Jesus com medo e fugiram sem dizer nada a ninguém. Nós somos convidados/as a continuar esse caminho e fazer o que as mulheres naquele domingo de madrugada não puderam fazer: testemunhar a ressurreição. Lembro-me do nosso mestre, o padre Comblin. Ele dizia que o acontecimento teológico mais importante do século XX para as Igrejas cristãs tinha sido a redescoberta da centralidade da ressurreição de Jesus e que este fato (a redescoberta) levou à renovação teológica e pastoral das Igrejas. De fato, conheci a irmã Maria Letícia e a irmã Agostinha como duas monjas no começo ainda dos anos 60 e ambas muito motivadas por essa espiritualidade pascal. Isso nos tornou amigos/as e nos fez caminhar juntos a vida toda (mais de 40 anos), comprometidos com a renovação da Igreja e a transformação do mundo. Até hoje, acho que ainda não conseguir tirar todas as consequências da centralidade da ressurreição de Jesus na minha vida e na minha fé. Sinto que diante disso, ainda sou pouco revolucionário, pouco ousado e pouco livre interiormente. A ressurreição de Jesus é uma revolução em todas as estruturas do mundo e das Igrejas. Ressurreição é uma dupla insurreição (re) e deve fazer de nós pessoas radicalmente subversivas e radicalmente abertas ao novo. 

São Paulo escreveu: "Se alguém é de Cristo, é uma nova criatura e tudo se faz novo" (2 Cor 5, 14 - 17).

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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