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Meditação bíblica, domingo, 12 de janeiro 2014

Depois de uma viagem longa, (com escala em Madri), acabei de chegar em Lisboa onde vou assessorar por uma semana os missionários da Consolata em alguns encontros sobre ecologia e espiritualidade, em uma perspectiva de missão. 

Hoje é a festa do batismo de Jesus. Nesse ano (A), lemos o evangeo de Mateus (3, 13- 17). Para as Igrejas orientais, é uma festa importante, a principal comemoração da Teofania, ou seja, manifestação de Deus. De fato, no batismo de Jesus, o Pai se manifestou através de Jesus e o Espírito desceu (suavemente como em um voo de pomba). 

Conforme os evangelhos, uma vez, Jesus estava ensinando e curando as pessoas. Os seus adversários (escribas) se aproximam e lhe perguntam: Com que autoridade, você faz essas coisas? Ou seja, como você explica sua missão? 

Jesus lhes responde: Eu lhes farei uma pergunta. Se vocês souberem me responder, eu poderei dizer de onde vem minha autoridade. O batismo de João vinha de Deus ou dos homens?

Eles pensaram: Se dissermos "de Deus", ele dirá: Por que, então, não acreditastes nele?. Se dissermos "dos homens", tememos o povo que o tem como profeta. Responderam: Não sabemos. 

Jesus lhes respondeu: Então, eu também não posso lhes dizer com que autoridade faço essas coisas. 

Alguns comentadores interpretaram essa palavra de Jesus como uma estratégia de polêmica. Ele os venceu se negando a dizer. Mas, não era esse o caso. Quando ele diz: eu não posso, é porque não podia mesmo. Ou as pessoas reconhecem o batismo de João e compreendem o seu significado, ou não têm como compreender a missão de Jesus. Jesus se tornou profeta no batismo de João e ali recebeu a sua missão. Então, o batismo de Jesus no Jordão foi como sua ordenação para ser profeta. E como nós somos discípulos de Jesus, nossa missão profética também vem disso. O batismo de João era um rito da religião popular e para o perdão dos pecados. Então, foi quando se colocou na pele do povo pecador que Jesus recebeu do Pai a sua missão. Nós também é quando nos inserimos e nos solidarizamos com os mais pobres e mesmo os mais pecadores que descobrimos a voz do Pai e recebemos o seu Espírito. Como aconteceu com Jesus no Jordão. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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