Esse livro possibilita vários níveis de leitura. Alguém pode ler Vagalumes na escuridão como romance de mistério policial. Há uma trama que faz o livro entrar na tradição de suspense policial, mesmo sem ter nenhum detetive, ou comissário como protagonista. São os três jovens que buscam desvendar o mistério, como uma caixa da qual, quando se abre um invólucro se descobre outro e, assim, sucessivamente. Mas, por trás, ou para além dessa narrativa de crime e investigação, alguém pode ler nessas páginas a descrição respeitosa e até amorosa das diversas juventudes, da cidade e do campo, assim como as causas pelas quais lutam e os seus desafios. E, se ainda quiser mais, esse livro pode abrir uma janela nas almas das muitas pessoas ali retratadas. Como se entrasse em terra sagrada, nessas páginas, você pode escutar e acolher as carências, desejos e aspiração para mais vida de muitos rapazes, moças e mesmo gente não jovem. Por tudo isso, de fato, neste mundo tenebroso, as juventudes são realmente vagalumes na escuridão. E para que suas luzinhas teimosas não morram, é necessário se precaver contra as luzes artificiais e os venenos da sociedade do lucro e do consumo.