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Conversa, domingo, 26 de fevereiro 2012

Sobre o Óscar

Hoje é a noite da entrega dos Oscar do cinema em Hollywood. Apesar de ser um prêmio conservador e muito comercial, quem gosta de cinema como eu não consegue ficar indiferente. Sei que o critério para dizer que tal filme é melhor ou é o vencedor é subjetivo e muito discutível. De qualquer modo, é uma referência do que está sendo o gosto artístico e estético dos atores e diretores. Por exemplo, é raro hoje o filme que mostre alguma perspectiva de vida ou de esperança. Os filmes, mesmo os mais bem feitos e esteticamente lindos, são sem nenhum olhar positivo sobre a vida. Vejam por exemplo, alguns dos atuais candidatos a Oscar. Eu vi "A árvore da vida" que ganhou prêmio em Cannes e é um filme muito belo e bem construído, mas vazio de perspectiva para o futuro. Vi "O artista" que retoma o cinema mudo de forma criativa e original, mas só. Em uma época de efeitos especiais e 3 D, o filme não deixa de ser um grito a favor do cinema clássico e antigo. Mas, é só. Acho o "Meia noite em Paris" de Woody Allen mais positivo e com uma mensagem mais forte (não adianta idealizar o passado. Viva o momento atual e o curta). Como também daria um prêmio sim ao "A invenção de Hugo Cabret" pelo manifesto de amor ao cinema que ele significa. Quanto a atores e atrizes, deixo a escolha para técnicos. Meryl Streep é uma excelente atriz e se filmar um canto de parede ou um filme chamado o bocejo, será candidata a Oscar e merecerá. Mas, eu não vou vê-la no papel de Margareth Thacher. Para que? Já temos suficientemente problema hoje com o neoliberalismo e as figuras atuais de "damas de ferro" para não precisar dessa evocação do passado. Ontem vi com Penha, minha irmã, o filme iraniano "A separação". Em geral, o cinema iraniano é minimalista e até monótono no seu modo de mostrar o cotidiano e as pequenas coisas do dia a dia. Mas, esse não. É tenso e profundo, belo e muito comovente, principalmente na descrição da cultura religiosa do Irã. Tomara que ganhe o Oscar de melhor filme estrangeiro. Nesse momento das tensões políticas dos EUA com o Irã, seria uma boa palavra de relação intercultural e de paz. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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