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A Felicidade como vocação

                     Nesse domingo, no Brasil, a Igreja Católica celebra a festa de Todos os Santos, ou seja, a festa da comunhão dos santos. O evangelho das bem-aventuranças nos diz que a santidade verdadeira é a busca da felicidade na bênção divina do conseguir ser feliz na pobreza, no trabalho pela paz, em meio às aflições da vida e quando se sofrem perseguições por causa da justiça.  Falamos de todos os santos e santas do céu, mas é bom contemplarmos como exemplo os santos e santas da Terra.... 

                  A gente ainda mantém uma noção de santidade fora da realidade da vida, quase como heroismo e poucas pessoas pensariam em santos como pessoas felizes. A UNIPAZ me ensinou que a primeira coisa da santidade é alcançar a sanidade interior. Aliás entre sanidade (saúde interior) e santidade a única diferença é um t. As pessoas santas são aquelas nas quais a abertura à graça divina conseuguiu, em meio a todas as fragilidades e contradições da vida, estabelecer certa maturidade interior e sanidade afetiva e do coração. Claro que o evangelho das bem-aventuranças, proclamado hoje nas Igrejas mostra que a felicidade e a bênção divina se realizam em meio às situações mais conflitivas e aparentemente contraditórias da vida. De fato, conheci pessoas assim, felizes em meio à dor e às lutas mais duras da vida. 

                        Gosto de pensar nos santos e santas de todas as tradições religiosas, não só do Cristianismo. E agradeço a Deus ter me conduzido no caminho desse diálogo no qual pude conhecer e conviver com pessoas de várias tradições espirituais ou até santos de nenhuma pertença religiosa. Acho que minha amizade com pessoas como Betinho (Hebert de Souza) me ensinaram isso. Mas, aprendi também a ver a santidade nas pessoas com suas contradições e fragilidades. Certamente, a Igreja Romana continua com essa noção de santidade heroica que busca milagres e virtudes excepcionais para canonizar alguém. Mas, o povo já canonizou o padre Cícero, Dom Helder, Dom Oscar Romero, como sabe que mesmo ainda entre nós pessoas como Pedro Casaldáliga e Mãe Stella de Oxossi são ícones da santidade de Deus no meio de nós. 

                          Pessoalmente, nesse dia, celebro a comunhão dos santos, a energia que une e faz com que a gente se apoie uns nos outros no caminho da santidade. Isso faz com que a santidade não é dessa ou daquela pessoa mas é a comunhão que faz com que participando dela, nós todos somos santos. Graças a Deus.  

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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