Nessa segunda-feira, 09, o mundo perdeu o grande pensador Zigmunt Bauman. Um humanista que nos ajudou a criticar a sociedade contemporânea dominada pelo Capitalismo como sendo uma sociedade líquida que cria relações líquidas e pouco humanizadas.
Há poucos meses, ele foi convidado pelo papa Francisco para participar do encontro dos/as líderes das religiões pela Paz em Assis, junto com o papa Francisco. E ele foi uma figura de destaque naquele encontro como apoio à denúncia que o papa fazia da cultura do descartável que trata as pessoas humanas, a maior parte da humanidade, migrantes e refugiados como se fossem lixo.
Zigmunt Bauman nos deixa uma herança imensa de sabedoria e de apelo a uma maior atenção à justiça. Ele ensinava que um engenheiro ou arquiteto sabe a sanidade e a robustez de uma obra olhando como se comporta a parte mais frágil da construção. Se aquela coluna ou aquela juntura entre as placas estiver suficientemente forte, então a construção está garantida. Do mesmo modo, uma sociedade qualquer pode ver a sua sanidade se olhar como está sendo tratada a sua parte mais frágil. Em outras palavras, é o cuidado com os pequenos e os empobrecidos do mundo que serve de termômetro para a saúde da sociedade humana.
Lamentamos a partida desse grande companheiro, pensador, que nos deixou aos 92 anos de idade. Desejamos que sua herança permaneça e o mundo mantenha viva a sua memória e os seus ensinamentos.