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A universalidade do sagrado

Hoje, em Brasília, a Secretaria Especial da Presidência da República para os Direitos Humanos inaugurou uma sub-secretaria ou comissão encarregada de trabalhar pela defesa da diversidade religiosa, da liberdade de todos os cultos e contra a discriminação. Como já disse na semana passada, fui convidado para fazer parte dessa comissão e aceitei com muita alegria e orgulho. Hoje, como estava vindo de Belém e nessa madrugada, embarco para São Luiz não pude estar presente. Mas, estou unido aos irmãos e irmãs que se reuniram e nessa tarde foram constituídos oficialmente como órgão da secretaria de direitos humanos da presidência da República. Como, nessa tarde, um encontro que eu teria, falhou, fui a um filme e vi "O jardim das plantas sagradas" de Pola Ribeiro. Um belo filme baiano que mostra a luta e a discriminação de grupos neo-pentecostais contra as religiões afro-descendentes e, como mesmo na Bahia, casais se separam por causa disso e até um incêndio de um templo de Candomblé e uma pessoa morre no meio desses conflitos. O que está por trás disso no mundo neo-pentecostal é a leitura fundamentalista dos textos bíblicos e uma teologia exclusivista (só minha Igreja salva!), além da concorrência vergonhosa do mercado da fé. Temos de nadar contra a correnteza e conseguir transformar essa realidade. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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