Se hoje temos o papa Francisco é porque no dia 12 de março de 1960, em Buenos Ayres, portanto hoje se completam 61 anos, Jorge Bergoglio fez profissão religiosa como jesuíta. E amanhã, 13 de março, ele foi eleito papa. Ao celebrar estes oito anos de ministério como bispo de Roma e primaz das Igrejas da comunhão católico-romana, agradecemos a Deus o dom que ele representa para a nossa Igreja, para as Igrejas cristãs e para a humanidade. E para sermos coerentes com este agradecimento, temos de nos colocar disponíveis para sermos atentos ao que o Espírito tem nos dito através dele e podermos passar de uma religião cultual e de tradições para uma fé profética e transformadora.
Em Roma, se fala muito que o papa Francisco tem conseguido o diálogo com a humanidade mas tem perdido a batalha de transformar a Igreja Católica. Há uma boa quantidade de bispos, padres, religiosos/as e grupos católicos que esperam o dia em que Deus o chame para eles poderem arrumar de novo a casa e voltarem ao Catolicismo tradicional de sempre, que em nome de Jesus, exalta o poder clerical divinizado e divide o mundo em puros e impuros, crentes e descrentes, tal qual a religião do templo de Jerusalém que Jesus quis exorcizar e transformar.
Por estar longe e isolado, não tenho condições de julgar isso. Claro que percebo que algumas nomeações de bispos e arcebispos recentes parecem feitas por papas anteriores e para impedirem a Igreja em saída que o papa Francisco propõe. Claro que percebo que o Vaticano continua o de sempre e que não há mudanças estruturais que garantam a transformação profética que se esperaria da Igreja. No entanto, independentemente de qualquer coisa, vamos sim continuar como minorias abraâmicas a anunciar e antecipar a Páscoa da libertação do mundo e nossa.