Primeiro, armar. Depois, bombardear
É assim em nome da segurança. No entanto, parece que, quanto mais se reforça a segurança militar e armada, mais inseguro o mundo se torna. As grandes potências fabricam armas. Vendem-nas a quem oferece preço melhor. Depois, quando esses grupos, armados pelo Ocidente, vão contra os interesses dos governos que os armaram, esses os bombardeiam. Disso, o governo norte-americano tem uma longa experiência. Saddan Hussein, Osana Bin Laden e tantos outros foram armados e custeados pela CIA norte-americana. Depois, o mesmo governo os combateu e eliminou. Até pouco tempo, os EUA financiaram armas para rebeldes sírios. Agora, dizem ter de eliminar o chamado “Estado Islâmico”. Armas e dinheiro norte-americano sustentam o a guerra do Estado de Israel contra o povo palestino. No entanto, de vez em quando o presidente dos Estados Unidos deve fingir que promove a paz.
É por conhecer tudo isso que, de 24 de outubro até o dia 31, a ONU propõe a humanidade a “semana do desarmamento”. Conforme o “Termômetro dos Conflitos”, organismo internacional coordenado pela Universidade de Heideberg, no final de 2012, tinham sido registrados no mundo 396 situações de conflitos, dos quais 40 mereceram o nome de “guerras limitadas” e 30 recebem o nome de “guerras internacionais”.
Existem os países em guerra e outros que se beneficiam economicamente com o mercado da guerra. Logo depois do narcotráfico e das drogas, o maior e mais lucrativo negócio do mundo é a guerra. O cálculo de despesas militares provocado pelo mercado de armas e pelas guerras chega a quase dois bilhões de dólares. O Instituto de Pesquisa para a Paz em Estocolmo calcula que, se os gastos militares em um ano fossem divididos pelo número de habitantes, 300 dólares teria sido a quantia que, durante o ano de 2013, cada habitante do planeta Terra teria destinado para despesas militares. Em função da indústria de armas, existe a ciência da guerra. Técnicos e cientistas devem, a cada dia, atualizar e sofisticar mais as armas químicas, biológicas e operacionais. Atualmente, o governo dos Estados Unidos já tem prontos os chamados “robôs assassinos”. Eles irão aos campos de guerra no lugar dos soldados americanos. Serão teleguiados por satélite. Poderão matar impunemente e não poderão ser presos. São máquinas dotadas de velocidade, perfeita visão da realidade e capacidade de matar. De acordo com notícias internacionais, a China, a Rússia, Israel e a Inglaterra já se candidatam para receberem esses soldados para as novas guerras do século XXI. Se a realidade dos combates é assim tão atualizado, as consequências humanas não mudam. Conforme a UNICEF, mais de um bilhão de crianças e adolescentes vivem em cenários de guerra. Entre esses, 300 milhões têm menos de cinco anos de idade.
Quando pensamos nessa tragédia das guerras no mundo, um fato que pouca gente conhece e que deveria nos escandalizar mais do que qualquer outra coisa é que, segundo uma pesquisa feita por institutos europeus, publicada na revista Mosaico di Pace, dezembro de 2013, as atuais guerras têm como motivação primeira questões econômicas e em segundo lugar, divisões religiosas. Isso significa que, até hoje, as religiões que deveriam ser instrumentos de paz e canteiros de uma cultura de amor e diálogo ainda servem de pretexto e de justificativa para que povos e grupos humanos se combatam uns aos outros.
Essa realidade deve levar todas as religiões e tradições espirituais a uma profunda revisão da forma como falam de Deus e como expressam o seu caminho de comunhão com a divindade.