Hoje, tentei me distrair um pouco e fui com meu sobrinho a um filme que passa perto do hospital onde minha irmã Penha ainda está internada. O filme era a produção francesa Samba de Eric Toledano e um outro diretor cujo nome não recordo, os mesmos que fizeram Os intocáveis e com o mesmo ator senegalês Omar Sy.
O filme não tem a mesma solidez de estrutura narrativa e a mesma profundidade do primeiro, mas é um filme de primeira qualidade e que ninguém que o vê sairá frustrado. Para mim que acompanhei um pouco em Verona o drama dos migrantes africanos e me solidarizei com eles em diversos atos públicos, o filme emociona e ao mesmo tempo entristece. Quando a gente vê uma história como aquela e pensa que é fantasia e ficção, pode na hora se comover, mas sabe que é ficção. É diferente quando a gente sabe que tudo aquilo que é mostrado ali acontece mesmo na realidade cotidiana em vários países do mundo. O modo bárbaro e cruel com o qual os governos europeus e norte-americano, com a conivência da maioria racista de seus cidadãos, trata os migrantes só se agrava cada dia. O filme mostra isso a partir de histórias pessoais e de um ângulo que nos cativa. No entanto, levanta um desafio imenso: como acreditar na humanidade capaz de tratar seu semelhante de forma tão cruel....