Trabalho, consciência e beleza
Hoje, em um mundo do desemprego oficializado quase como política de estado (empresa boa e lucrativa é empresa que demite trabalhadores e consegue diminuir a folha de salários), o que significa o dia internacional do trabalhador? Quando eu era menino, esse dia era de reivindicações e de lutas. Hoje, aparecem mais shows e festas que envolvam multidões pouco interessadas em debates, comícios e manifestações políticas. Seja como for, há minorias que seguem. O MTC (movimento de trabalhadores cristãos) começa a sua semana de formação dos trabalhadores. E o melhor é que isso envolve pessoas jovens, não em grande número, mas uma minoria significativa e forte.
Ontem, passei o dia inteiro trabalhando um texto para o encontro que devo assessorar com os meus irmãos do clero anglicano do Norte e Nordeste. Depois colocarei aqui o texto que preparei. Ao escrever, a gente se compromete e estou pensando na Ética necessária aos ministros e profetas de Deus. Descobri que no século XIX um cardeal (hoje o bem-aventurado John Newman) foi advertido pelo papa que esse não tinha gostado de uma declaração dele. Newman respondeu: "Primeiramente devemos obedecer à consciência. Mesmo o papa vem depois!". Temos de restabelecer o primado da consciência, não como arbitrariedade da razão individual, mas como coerência pessoal com aquilo que a gente pensa e acredita.
Hoje, à noite, estou pensando em ir com um amigo que me visita a um show. No Marco Zero, vai cantar a Virgínia Rodrigues, cantora baiana que adoro e que me faz entrar em transe com as músicas afro do Candomblé, com os afro-sambas do Vinícius e Baden e ainda com algumas músicas do Chico que na sua voz soam mais maravilhosas do que já são naturalmente (a voz dela parece a de um Milton Nascimento mulher). A música unirá tudo em uma só celebração da beleza.