Gostaria de prosseguir minhas impressões sobre a exortação apostólica do papa Francisco, mas tenho a impressão de que vale a pena esperar um pouco mais e assimilar antes de falar alguma coisa. De todo modo, posso expressar algumas impressões:
A primeira é que agradeço a Deus ler esse documento de um papa no qual ele não se cita a si mesmo continuamente como os dois anteriores a ele faziam sempre. Citavam-se continuamente. Francisco não se cita a si mesmo nenhuma vez e cita diversas vezes documentos do episcopado de todo o mundo. Os bispos da Oceania disseram isso. Os bispos da América Latina disseram aquilo. Uma coisa nova e maravilhosa. Só isso já é uma revolução. Além disso, o papa usa o método do ver, julgar e agir. Faz uma análise severa sobre como andam as liturgias das missas e as homilias. E dá dicas de como melhorar. O terceiro capítulo (sobre a evangelização) me dá uma impressão menos boa ou menos profunda. Eu esperava que deixasse claro que o evangelho é o anúncio do reino de Deus e portanto é muito mais amplo do que o anúncio explícito de Jesus, mas nesse ponto, o papa cita Aparecida. A perspectiva é interna à Igreja. Gosto do fato dele falar que a Igreja deve ser sempre "em saída". Não sei se a tradução exata para o português não seria uma Igreja em êxodo. Ou uma Igreja para fora de si mesma. Excelente que isso venha do papa. Vamos ver como as Igrejas locais vão reagir a isso.