Hoje é meu último dia nessa missão em Portugal, junto com os padres missionários da Consolata. Graças a Deus, consegui realizar tudo bem e eles ficaram contentes. A saúde protestou e hoje fiquei o dia todo descansando no quarto para viajar amanhã sem problemas. Ontem, celebrei em uma paróquia de periferia de negros, migrantes e ciganos. Muitas crianças e jovens.
Dei duas entrevistas, uma para uma TV comercial de Portugal. Queria que eles me perguntassem sobre o tema que tratei aqui: Ecologia e Espiritualidade. Mas, ele dirigiu a entrevista sobre o papa Francisco. E tive de responder durante 15 minutos sobre o papa. Tentei mostrar que o papa quer justamente que se valorizem as Igrejas locais e não se fique centrado no protagonismo da pessoa dele. Para isso, ele se apresenta sempre como "bispo de Roma".
A outra entrevista era para o rádio e foi mais geral e abrangente. Sobre ecologia e espiritualidade e sobre a crise social que vivemos e as perspectivas de esperança.
Quando, de repente, sinto os sintomas perturbadores da doença (e principalmente uma doença como bronquite e a dificuldade de respirar), tomo consciência da nossa imensa fragilidade e de como a vida é um dom precioso, mas extremamente volátil: a qualquer momento, se vai. E a impotência de querer fazer muita coisa e não poder, não poder mesmo. Fico obrigado a tomar algumas decisões: por exemplo, vejo que não tenho mais condições de vir trabalhar em um país europeu na época de inverno. Todas as vezes que vim, tive problemas. Não adianta. É mais espiritual, aceitar essa realidade e aí sim a partir do que posso, continuar servindo mais e melhor. O importante é não centrar-me em mim mesmo e sim viver para os outros e descobrir a força de viver na doação aos outros.