Desde criança, tendo crescido ao lado do Carmelo de Camaragibe, esse dia em que a Igreja Católica faz memória de Santa Tereza d´Ávila sempre me tocou muito. Primeiramente porque sempre fui atraído pela figura e pela mensagem dessa grande mulher, reformadora de uma ordem religiosa. Tereza foi a única na Igreja que fundou e dirigiu uma ordem para mulheres e também para homens (a dos/das carmelitas descalços) e isso na Espanha do século XVI. E em uma época de grande acomodação eclesiástica e ligação da Igreja com o império e a colonização, ela propôs um Cristianismo mais radical, em ruptura com o mundo da época e centrado não na religião externa e sim na peregrinação interior da alma. Vejo hoje todas as Igrejas cristãs necessitadas de uma nova reforma que as leve de volta ao Evangelho e a uma fé mais interior. Tereza é uma grande mestra nesse caminho.
Hoje saí do Recife cedo. Estou agora no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, esperando o voo para o México onde amanhã viajo para o extremo norte (Monterrey) para participar de um encontro sobre Educação e Espiritualidade Socialista para o século XXI. Tomara que o cansaço e essa corisa alérgica não me dificultem mais do que a carga de fragilidade que já devo levar a cada dia para cumprir minha missão.