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Conversa, domingo, 07 de outubro 2012

Ao escrever nesse domingo à noite, penso como em todo o Brasil milhares de pessoas estão se sentindo, alguns vitoriosos nas urnas celebram sua vitória - outros devendo aceitar a derrota. Em alguns casos, como em Recife, os erros de todo o tipo do PT, tanto nacional como estadual, facilitaram a vitória no primeiro turno do candidato do governador que se torna dono do Estado, aumentando mais ainda o imenso poder que já possui. Em Belo Horizonte, meu irmão e amigo Patrus Ananias, um dos homens mais honestos, íntegros e competentes que conheço, não foi para o segundo turno e também isso dá força a um novo cacique do estado, Aécio. 

Tenho a impressão de que essas eleições mostram que esse sistema político e eleitoral tem de ser corrigido e melhorado. Os partidos não têm mais programa e as pessoas votam por pessoas e não por perspectivas coletivas inscritas nos programas partidários. 

Espero que na Venezuela, ao menos, as perspectivas dessas eleições sejam melhores e mais positivas. Na Igreja Católica, esse dia é consagrado a Nossa Senhora do Rosário, uma festa instituída no século XVI para comemorar uma vitória dos europeus (cristãos) contra os turcos (muçulmanos). Uma festa de origem anti-ecumênica e triunfalista, além de centrada em uma cultura de violência e guerra. Hoje precisamos de outra espiritualidade. Nessa semana, recordaremos os 50 anos do Concílio Vaticano II. A partir de amanhã, vou todos os dias  comentar alguma coisa ligada a essa memória e à celebração desse jubileu. Hoje, quero apenas recordar os antecedentes do Concílio. Foram os movimentos bíblicos, ecumênicos, comunitários e litúrgicos. Eram movimentos marginalizados e pouco assumidos pela hierarquia, mas fermentaram o ambiente e fecundaram o solo para que quando João XXIII assumiu o papado, tudo estava preparado para o Concílio. Hoje temos uma Igreja hierárquica pouco aberta às bases e a esses movimentos, mas se perseverarmos, um dia, eles fecundarão o novo solo e poderemos ter uma nova primavera eclesial. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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