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​Conversa, domingo 10 de novembro 2013

Hoje voltei de Petrópolis à tarde e fiquei no Rio na casa de meus amigos Luiz Alberto e Lúcia que me acolhem sempre com muita alegria. O encontro do nosso grupo de teólogos nesse final de semana foi, como sempre, muito bom. Melhor mesmo do que o conteúdo das conversas e os assuntos abordados (que foram bons e profundos) foi perceber como conseguimos aprofundar um nível excelente de bem querer e de comunhão humana, que considero rara nesses ambientes de Igreja onde de vez em quando o que prevalece acaba sendo competição e individualismo (não deveria ser assim). Graças a Deus, no nosso grupo sinto que não é. As pessoas se querem bem e vivem na relação fraterna com o outro, a outra. Dessa vez conseguimos preparar e planejar quase com detalhe um grande encontro sobre Teologia e Espiritualidade da Libertação que faremos de 01 a 04 de maio de 2014 em Fortaleza. Um encontro aberto e dirigido a jovens que queiram aprofundar espiritualidade. Ali estaremos todos (Leonardo Boff, Libânio, Betto, Tereza Cavalcanti, Maria Clara Bingemer e outros grandes teólogos e teólogas e até eu que não sou desse grupo dos mais importantes, eles quiseram colocar para dar meu testemunho sobre como tenho vivido essa busca espiritual desde os 18 anos. Aceitei, mas com medo. Sei lá se sou capaz e se de fato minha experiencia pode mesmo ajudar a alguém. Bom, Deus vai me mostrar o que fazer. 

Hoje à noite aqui no Rio fui com Lúcia (Luiz Alberto preferiu ficar descansando) a uma peça teatral: Elis, a Musical. 

Uma moça nova no meio artístico (Laila Garin) que não parece fisicamente com Elis, mas tem uma voz parecida com a dela e consegue incorporar o seu espírito. Provavelmente para quem não viveu aqueles tempos dos anos 60 e 70, as coisas, as músicas e incidentes têm menos importância, mas para quem viveu o Brasil daquele tempo realmente sente a emoção de relembrar, reviver e sentir o quanto caminhamos, apesar de tudo. 

Eu conheci alguns dos personagens, por exemplo, o Henfil, o irmão dele (Betinho) de quem me tornei amigo depois - E ouvir de novo com toda a emoção o Bêbado e a Equilibrista e tantas cançoes imortalizadas por Elis (Maria, Maria, Atrás da porta, Falso brilhante e tantas outras) para mim foi como uma celebração para recordar, sim, mas principalmente para me comprometer com o hoje do povo. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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