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Conversa, domingo 12 de outubro 2014

Hoje, estou em um lugar a uns cem quilômetros ao sul de Roma. Chama-se Fondi e aqui está o antigo mosteiro de São Magno. É um dos mais antigos mosteiros da Itália. O papa Gregório Magno, no começo do século VII, fala de Santo Onorato que era abade desse mosteiro. Da antiga construção só restam ruínas embaixo da terra que em alguns pontos foram descobertas e valorizadas. A construção atual é do século XVII quando vieram para cá os monges beneditinos olivetanos. Atualmente, uma fraternidade leiga toma conta junto com um padre diocesano que vive como monge. Aqui tive três encontros com a comunidade e celebrei a missa do domingo. Uma comunidade viva e dinâmica.

Tento acompanhar a realidade do Brasil. Ontem, assinei pela internet um abaixo assinado de apoio a Dilma no segundo turno. Mas, sei que a guerra será dura. Aqui na Itália, os amigos que encontro - todos - perguntam como se explica que no Brasil as coisas estejam assim - tenhamos votado o Congresso mais conservador e medíocre dos últimos 50 anos e haja essa onda tão forte contra qualquer projeto mais popular? Eles perguntam isso porque não conhecem a Rede Globo, a Veja e a imprensa brasileira, salvo raras exceções (Carta Capital, Caros Amigos e Brasil de Fato). Tenho a impressão de que essa situação do Brasil revela que temos falhado no projeto de formação permanente das bases e o governo atual falhou no diálogo com os movimentos sociais. Agora paga caro esse passo errado. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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