Hoje comecei o domingo celebrando às sete horas da manhã no Carmelo de Camaragibe (desde criança, mantenho uma amizade de muita comunhão com as irmãs carmelitas descalças) a eucaristia do 3o domingo da Páscoa. Não gosto de como o pessoal usa o folheto "O domingo". Dá-me às vezes a impressão de que não é mais a comunidade que celebra e sim o folheto. Uma pessoa está proclamando a leitura e muita gente está seguindo a sua leitura individual no folheto e os comentários são abstratos e genéricos, como não poderia deixar de ser um folheto feito para todo o Brasil. Mas, não sou dono da Missa e respeito o modo de celebrar de cada comunidade. Nesse caso, ao contrário, eu era o convidado e tinha de me adaptar aos costumes da casa. Assim mesmo, o que é importante, eu fiz: dar à celebração um caráter afetuoso e ajudar o povo a sair da missa com mais esperança e alegria. É tão bom ver no evangelho que Jesus veio aonde os discípulos estavam. O evangelho não diz que ele apareceu (não usa esse verbo grego). Diz simplesmente que ele veio, como vem a nós nas situações mais diferentes da nossa vida... Que bom. É só crer nisso.
Depois corri para o encontro de formação dos jovens do MTC (Movimento de Trabalhadores Cristãos). Hoje, quem acessorou a parte final (o agir) foi uma educadora popular: Ana Cláudia. Uma doçura de pessoa, formada em teatro do oprimido com Augusto Boal e assessora de movimentos populares. Foi uma manhã cheia, densa, mas muito leve e ao mesmo tempo profunda. A única coisa que saio meio frustrado é pensar que meus sobrinhos, sobrinhas, afilhados/as e amigos/as jovens ganhariam tanto de estar em um
encontro como esse e não estavam ou ainda não estavam. Pedro Lapa, meu irmão e amigo que se deliciava como um dos assessores do encontro (poucas vezes vejo uma pessoa tão apaixonada como ele quando o colocam para assessorar encontros de pessoas dos movimentos populares), ele trouxe sua filha Laís, minha querida sobrinha. E ela representou os outros tantos e tantas sobrinhas (físicas e afetivas) que não vieram. E ela gostou. Então, tenho esperança de que o círculo se amplie. Uma outra sobrinha (Maria) me perguntou se eu não toparia acompanhar um grupo de estudos bíblicos que ela queria propor para alguns rapazes e moças amigos que topassem. E eu respondi: Mais do que topo, desejo e corro para isso se vocês organizarem e me chamarem.