Hoje, ao conversar com alguns amigos e amigas sobre a realidade que vivemos no Brasil, saí tocado pela severidade da análise e pelo quase pessimismo que senti de praticamenete todos com relação à perspectiva que temos pela frente. Enquanto em alguns outros países da América Latina, há sinais de esperança, no Brasil, o governo privatiza serviços essenciais, consulta cada vez menos a sociedade e aposta nas receitas de sempre que têm se revelado molestas. Seria como se se quisesse curar o doente com o próprio veneno que causou o mal. E no Brasil, Pernambuco é um quadro difícil. Há poucos dias, uma juíza que atua na justiça eleitoral me disse que como o governador prega o pragmatismo e não está ligando para ver se os métodos são corretos ou não, há fortes indícios de que, nessas últimas eleições, a compra de votos foi generalizada, tanto em algumas cidades do interior, como na própria capital. Um motorista de taxi me contou que ganhou 30 reais para votar em determinado vereador. E como ninguém denuncia e quem sabe disso não tem provas, até agora, nada se pode fazer.
Que esperança temos para frente? Hoje recebi um email de Carlos Brandão contando que teve uma conversa com a poetisa Adélia Prado. E Adélia lhe contou que um dia, em um cemitério, sentindo-se muito desanimada orou a Deus: "dê-me um sinal qualquer, mesmo que seja um pequeno sinal de esperança". Orou e saiu daquele lugar. Na porta do cemitério, encontra uma mulher com jeito de pessoa muito pobre que lhe pede informações sobre o caminho e ela lhe dá. Conversam um pouco e ela pergunta à desconhecida: "Como a senhora se chama?".
E a mulher lhe responde: Esperança.