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​Conversa, domingo 31 de março 2013

Queridos irmãos e irmãs, 

amigos e companheiros de caminho nesse blog, 

Desde quarta feira, estava em um retiro com um pequeno grupo de leigos preparando essa celebração pascal e em uma chácara na qual não consegui entrar na internet para me comunicar com vocês. Por isso, só volto a escrever hoje, domingo de Páscoa. 

A Páscoa para mim é como a realização de todos os meus sonhos mais felizes e loucos. Mesmo exigindo ter uma fé cada vez mais crítica e cada vez mais despojada e que assume a escuridão do mundo e dos turbilhões pessoais pelos quais a vida da gente sempre passa, nunca perdi o encanto pela Páscoa como a celebração do futuro possível já vislumbrado no aqui e agora. A ressurreição de Jesus me mobiliza como uma paixão amorosa que eu não sei explicar e sempre tenho até dificuldade de comentar os evangelhos da ressurreição. Só posso dizer que teimo em crer e em proclamar: é verdade, Jesus ressuscitou mesmo! E isso me dá a certeza de que nós e o mundo estamos salvos. 

Há 50 anos, na Páscoa de 1963, o papa João XXIII a quem todos reconhecem como um homem santo e simples, comentou o evangelho da Vigília pascal daquele ano insistindo na primeira palavra do texto do evangelhos: "era de madrugada muito cedo. O sol ainda não havia nascido". Ele dizia que até hoje, em nosso mundo, "tantum aurora est" "ainda é apenas a madrugada". E nós temos de ajudar a que essa madrugada desponte em novo dia, em dia claro, no mundo e na nossa Igreja. Tantas escuridões que ainda precisam de se transformar em dia claro. 

Hoje, em Túnis, na África, se encerra outro fórum social mundial. Não fui por motivo de saúde. Mas, para mim o que o forum social proclama "Um novo mundo é possível" é uma tradução secular e civil da palavra de fé com a qual hoje nos saudamos e com a qual quero saudar a cada um/uma de vocês: O Cristo ressuscitou realmente, aleluia! Um abraço carinhoso de feliz Páscoa para todos/as vocês. 


Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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