As religiões estão em crise e, ao mesmo tempo, muito bem, obrigado! Desde ontem, estou em Belo Horizonte, onde, na Universidade Católica, participo de um simpósio internacional de teologia e ciências da religião sobre a função ou o papel possível da religião na sociedade contemporânea e na cultura urbana e mobilizada pela informática. São umas cem pessoas e alguns vieram de outros países da América Latina, assim como uma professora de Miami, uma equipe de pesquisadores de Barcelona e até um teólogo do Japão. As discussões ainda não terminaram e nem se concluirão com o final desse congresso. Entretanto, sinto que todos concordam: as religiões não têm mais hoje o mesmo papel que tinham nas sociedades tradicionais, mas mesmo não sendo mais definidoras de comportamento ou controladoras da ética, elas continuam importantes, principalmente para culturas oprimidas que através de expressões religiosas podem resistir à hegemonia da cultura dominante e podem reafirmar sua dignidade humana e sua identidade cultural. Penso nas religiões afro-descendentes e indígenas e dou graças a Deus por elas existirem e poderem servir de força cultural para os povos negros.