A profecia dos excluídos
Acabo de chegar em Verona no norte da Itália que a maioria das pessoas conhece como a cidade de Romeu e Julieta. De fato, é uma cidade medieval linda e romântica. Eu me hospedo bem no centro em uma Igreja ao lado da Arena que é uma espécie de Coliseu daqui. Cheguei hoje às duas e meia da tarde, depois de uma viagem de quinze horas (o avião mudou em Lisboa e me deixou em Veneza, de onde vim de carro em um percurso de uma hora e meia). Acabo de chegar e encontro um marroquino (ou será tunisiano?) que liderou uma manifestação de migrantes clandestinos aqui em Verona contra as leis racistas do governo Berlusconi e hoje vão fazer uma concentração aqui na praça em frente à Igreja. Ele e Marco Campedegli, meu amigo, me convidaram para dar uma palavra na concentração. È claro que aceitei, mas se vocês me perguntarem o que vou dizer: Não tenho a mínima idéia e, cansado, é como se minha inteligência se reduzisse a uma casa com eletricidade fraca, com energia falha. Será o amor solidário e uma fé imensa que Deus se manifesta nos mais pobres e oprimidos que me inspirará na hora. Farei isso sentindo vocês comigo. Um abração da Itália para o Brasil.