Por uma nova primavera no mundo
Apesar de que na maior parte do Brasil, ninguém se dê conta até porque não há sinais disso na natureza, hoje, 21 de setembro, a primavera chega ao hemisfério sul. De qualquer modo, no sul, em meio às terríveis conseqüências das inundações, as árvores se vestem de folhagem nova e os campos se enchem de flor. No litoral do Nordeste, abre-se de vez a temporada de praias com dias transparentes de mais sol e calor. Essa transparência não parece ter chegado ao Congresso Nacional brasileiro que, segundo soube, ontem votou contra a lei da ficha limpa. Aqui na Itália, os políticos comprados mantêm Berlusconi no poder para que ele não seja preso por corrupção econômica, abuso sexual de menores, racismo e tantas outras barbaridades. No Brasil, depois de tantas lutas, o Congresso vota contra a lei da ficha limpa. Fica ele todo com a sujeira que acoberta. Entretanto, assim como a primavera chega, mesmo se não é esperada, a caminhada da sociedade civil, dos movimentos populares e da indignação da juventude não deixará isso impune e sem resposta. Seja como for, a primavera chegará também através de uma nova forma de organizar a sociedade e fazer política. E não bastará uma reforma política conveniente para manter os privilégios e o conceito de governabilidade que preside o atual sistema. Será mesmo uma primavera que traga ética, responsabilidade comum e justiça para todos.