As notícias da Globo e de outros meios de comunicação sobre o que se passa na Venezuela mostram a veneração do povo com o seu comandante falecido, mas ao mesmo tempo, mostram uma jornalista colombiana que teria sido agredida por partidários de Chávez e dão notícias do governo como se houvesse uma decisão de ilegalidade ou ditadura. O contrário da realidade. Nós temos muita esperança de que o processo bolivariano continue. A Band chamou isso de "chavismo". Fui na Venezuela várias vezes e sei que hoje é um processo revolucionário popular comandado pelo governo, mas desejado e mantido pela população pobre que pela primeira vez na vida redescobriu a dignidade de morar em casas dignas, vencer o analfabetismo (na Venezuela é zero. No Brasil ainda temos 20 % de adultos analfabetos e isso sem falar nos analfabetos funcionais). A mission bairro adientro garante médicos para todos e medicina gratuita para as famílias. Enfim, a integração latino-americana e a solidariedade como projeto de governo... Espero muito que isso continue. Na próxima segunda feira, estarei com outros irmãos e pastores coordenando um ato ecumênico em homenagem ao presidente Chávez.
Quando fui a Nicarágua pela primeira vez, no tempo do sandinismo, o comandante Tomás Borge me contou que estava na prisão torturado e esperando a morte - da ditadura de Somoza, quando o carcereiro entrou na sala e, com um sorriso nos lábios, afirmou:
- Tenho uma notícia para vocês: O comandante Carlos Fonseca caiu. Morreu.
Disse isso para quebrar o resto de resistência dos prisioneiros. Para impedir isso, Tomás Borge se levantou e gritou:
- Não pode ser verdade porque Carlos Fonseca é dos mortos que não morrem nunca.
Se bem que na fé cristã, creiamos que todo ser humano é chamado à vida eterna, há pessoas que por sua vida consagrada deixa uma herança que de fato faz com que ele não morra nunca, mesmo se o seu desaparecimento físico nos deixa órfãos. O presidente Chávez é desses homens justos. Deus o receba em seu reino eterno.