Desde segunda feira, estou no sul da França, no mosteiro de Tournay, comunidade beneditina a qual estou juridicamente ligado. Estou aqui para um retiro preparatório à renovação de meus votos de monge nos 50 anos de minha profissão religiosa. Os irmãos me acolhem bem, embora seja claro que compreendem pouco minha opção de monge peregrino, inserido na caminhada de libertação do povo.
Aqui na Europa, os jornais só falam na nova onda de migrantes e no fechamento dos governos que se tornam insensíveis. A fotografia do menino sírio morto afogado em uma praia da Turquia escandaliza e choca o mundo todo. E o mesmo Ocidente (Estados Unidos e aliados) que provoca a crise da Síria, que destruiu países inteiros como a Líbia, o Egito, o Afganistão e o Iraque continuam armando rebeldes e governos que se matam uns aos outros e abrem espaço aos Estados Unidos e à sua política.
Ainda bem que, a partir do posicionamento solidário do papa Francisco, os bispos e religiosos estão procurando atuar bem nessa realidade e ajudar os migrantes e refugiados.