Hoje, meu dia foi marcado por uma visita. Há mais de um mês eu queria visitar Dom Tomás Balduíno, que desde 1977, me acolheu em Goiás e com o qual tenho um relacionamento como de filho para pai. Eu sabia que ele estava doente e me preparei para vê-lo assim. Ele sabia que eu viria e me esperou. De fato, nunca o tinha visto assim tão fragilizado, mas mesmo assim, ele me surpreendeu. Assim que entrei, ele me cumprimentou, eu vi que ele estava feliz com a visita e logo foi puxando assuntos de Igreja, dos movimentos sociais e do mundo. Eu perguntava por ele. Respondeu-me rapidamente e dizendo: Ontem eu estive mal, mas agora estou bem. Mesmo sabendo que ele não está bem, tive de entrar nas conversas e com planos de coisas a fazer e cartas a escrever e projetos para a Igreja e para o mundo. Meu Deus, que força interior e que lucidez. Ele me fez prometer ajudar o 13o encontro de Cebs (ele dizia: "acho que pela primeira vez, não poderei ir a um intereclesial") mas queria que se falasse da defesa da terra dos índios contra o projeto do agronegócio de passar a discussão do projeto de regulamentação das terras para os legislativos estaduais. E estava preocupado com a educação dos filhos dos agricultores do interior de Goiás e perguntando se seria possível fazer mais uma escola de Direito para filhos de sem-terra. E me perguntava como está a revolução bolivariana na Venezuela e na América Latina.
Eu preocupado em não cansá-lo e não ser pesado e eu é que saí de lá aliviado e confortado por ver o que Deus pode fazer em uma pessoa que se deixa tomar inteiro pelo amor divino. Que Deus o conserve entre nós ainda por mais tempo.