"Curitiba, zero graus". Esse nome de um filme documentário atual é o que estou sentindo aqui nessa capital onde morei por dois anos na década de 70 e agora reencontro os irmãos e irmãs ligados ao antigo mosteiro e que me pedem certo acompanhamento espiritual. Apesar do frio, gostei do calor humano dos encontros e dos diálogos.
Hoje à noite, fui à casa de João Augusto Bastos. Ele foi monge beneditino e nos anos 60 foi meu mestre no noviciado no mosteiro de Olinda. Devo a ele muito do meu amor e do meu conhecimento da Bíblia. Foi ele que me entusiasmou por esse caminho. Atualmente está com 80 anos e apesar do cansaço do corpo, o espírito está leve e lúcido. Está escrevendo um livro sobre a concepção bíblica do corpo e mostra como essa é diferente da concepção agostiniana ou platônica do corpo e do ser humano dividido na dualidade corpo e alma. Conversamos um bom tempo sobre isso e fiquei de fazer um prefácio para o livro dele.