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​Conversa, quarta feira, 21 de novembro 2012

Hoje, no encontro do grupo de pós graduação de ciências da religião (do qual sempre que posso participo), a conversa foi sobre a   religiosidade dessa época pós ou trans ou pan religiosa e ao mesmo tempo secular. O grupo acabou se detendo mais sobre a discrepância que existe entre uma juventude que não tem mais a religiosidade de seus pais ou avós e ao mesmo tempo vive uma busca. E como as Igrejas e religiões não conseguem acompanhar isso, até porque vivem um caminho de retrocesso institucional. O grupo junta teólogos, antropólogos/as e sociólogos/as e até uma médica pediatra. E parte muito das experiências até familiares de cada um. Por que irmãos formados do mesmo modo pelo mesmo pai e mesma mãe, um se torna religioso de um desses grupos tradicionalistas e outro rompe com tudo e entra nas experimentações até de drogas? E por que jovens que nunca viveram os tempos da Igreja tradicional parecem ter uma nostalgia dos velhos tempos que nem conheceram?   

Em uma mensagem a um amigo bispo, eu dizia que se eu pudesse, diria a eles: Tudo bem. Vocês optam pela tradição. Está bem. Então eu vou cobrar que vocês a vivam profundamente. Como os antigos. Se forem capazes, eu acreditarei na opção de vocês. Mas não permitirei que tomem da tradição apenas o folclore externo e superficial e para o que lhes interessa vocês sejam tradicionais e para o que não interessa são super atualizados. Isso não. Ou uma coisa ou outra. Jesus disse: Não adianta colocar remendo novo em roupa velha. Ou vinho novo em odres velhos. Ou tudo novo ou tudo velho. 

Hoje, no Congresso Nacional em Brasília, houve uma mesa redonda em solidariedade aos cinco cubanos presos pelo governo norte-americano há muitos anos e mantido em prisões dos Estados Unidos (que são das piores do mundo em termos de desrespeitos aos direitos humanos), acusados de ser espiões de Cuba, quando o que eles faziam eram espionar cubanos milionários de Miami que praticavam atos terroristas em Havana e em Cuba (houve vários). Mandei uma palavra de solidariedade e de pedido para que se faça justiça e se libertem esses heróis que representam a todos nós, latino-americanos e caribenhos nesse caminho de uma nova sociedade mais democrática e mais justa. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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