Estou novamente em casa no Recife, cansado, ainda com as consequências da bronquite (tosse e dores no peito), mas contente com a missão cumprida e o convívio com os missionários da Consolata, uma congregação que até aqui eu conhecia pouco. Tenho profunda admiração pelos irmãos e irmãs que saem de seus países e suas terras e pela missão vão viver com povos sofridos e em climas diferentes e situações muitas vezes precárias. É claro que lutei contra um estilo colonizador de missão (eu mesmo cresci em meio a padres holandeses que eram sempre mais capazes e melhores do que os brasileiros). Também acho ruim o estilo de missão desenvolvimentista que acaba sendo assistencialista, principalmente o que vi no centro-oeste de missões indígenas, é um modelo superado. Mas, não é fácil descobrir esse novo estilo de missão na linha libertadora e inserida - pede do missionário/a que vem muito mais disponibilidade e pobreza, uma abertura de coração muito grande e uma capacidade de visão do mundo, da vida, da política... Quando vejo uma casa de religiosos muito centrada em si mesma - você só vê símbolos religiosos e em geral da própria família - só se fala de assuntos religiosos - geralmente é sinal de que não conseguem - nem querem sair de si mesmos. Nesses dias, estive com missionários que me parecem abertos ao mundo e à vida de hoje - estão presentes em missões em Roraima e também em São Paulo e no sertão da Bahia. Convidaram-me para falar não sobre assuntos da própria congregação e sim nas universidades mais importante de Portugal, falar sobre ecologia e espiritualidade e eu encontrei muito interesse pelo assunto e acolhida.
Graças a Deus.