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Conversa, quarta feira, 23 de maio 2012

Queridos irmãos e irmãs, 

No Recife, desta vez, a semana de oração pela unidade dos cristãos foi marcada por uma oração contemplativa no estilo de Taizé na capela da Universidade Católica de Recife. Esta oração se faz toda quarta feira, às 18 horas. Hoje, teve essa intenção da unidade. Participei junto com vários/as jovens que pareciam bem integrados. Antes, eu tinha participado do encontro semanal do grupo de pós graduação de ciências da religião. Um grupo do qual já me tornei amigo. Discutem um livro de Ken Wilber chamado "Visão integral" (ed. Cultrix). O autor tenta unir psicologia, cosmologia e espiritualidade em uma visão que é integral por ser integrada ou integrativa. De um lado, gosto muito da proposta de superar o cartesianismo racionalista que só considera sério a ciência experimental. Do outro, sinto que às vezes as alternativas ainda parecem frágeis. O autor tenta mostrar que a realidade tem sempre de ser vista levando em conta quatro dimensões: a interior e a externa, a pessoal e a coletiva. O livro tem alguns pontos difíceis e que exigem uma discussão maior. O grupo parece bem capaz e em cada encontro discute um capítulo. Eu tento participar como posso. 

Amanhã de madrugada, viajo para Venezuela. Em Caracas, alguns contatos (com rádio, jornal, televisão) e pessoas que trabalham no governo. Vou ajudá-los a aprofundar uma espiritualidade bolivariana, ou seja, como viver o novo processo social e político libertador como caminho de intimidade com Deus. 

De vez em quando recebo reações boas ao meu blog. Hoje, recebi um  recado confirmativo de minhas queridas irmãs carmelitas de Bananeiras, uma comunidade contemplativa atenta e aberta ao mundo. Na minha infância em Camaragibe, fui muito marcado pelo Carmelo. Ia lá diariamente e recebi um imenso apoio espiritual de irmãs que se tornaram mestras de vida para mim. Guardo sempre comigo essa influência de Sta Tereza e de suas filhas. Também um amigo me mandou uns poemas lindos. E eu me senti alimentado dessas amizades. Uma refeição eucarística. Uma ceia de amor. Por isso, me recordei de um poema do grande Mário Quintana que dizia: "Eu sonho com um poema, cujas palavras suarentas escorram, como polpa de um fruto maduro em tua boca. Um poema que te mate de amor, antes mesmo que tu lhes saibas o misterioso sentido: basta provares o seu gosto". 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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