Já estou no Recife, depois de uma viagem da Cidade do México a São Paulo e de Guarulhos a Recife, sem falar no tempo de espera em aeroporto, doze horas e meia só de viagem aérea. Estou meio tonto e com sono atrasado, mas feliz de poder ter contribuído com os irmãos e irmãs desse país tão simpático e atraente com a riqueza das culturas indígenas. Para mim, fazia quase dez anos que não ia ao México e não tinha contato com as amigas que tenho lá, beneditinas missionárias que comigo e com algumas outras pessoas lutamos (já há anos e anos) para renovar a ordem beneditina.
Como há dez anos, não fui lá e nem me comunicava - senti que sentiram isso como se eu as tivesse abandonado ou mesmo traído a fidelidade à amizade. Difícil explicar que ao deixar Goiás e ver o mosteiro se acabar (ou ser destruído), qualquer coisa que eu dissesse pareceria estar falando mal de pessoas e eu não queria e não podia fazer isso. Então, fiquei em silêncio. Mas, de forma alguma me afastei ou me desinteressei do caminho comum.
Nesse sentido, esses dias na Cidade do México foram muito bons e afetuosos. Senti-me em casa com as irmãs e podemos novamente sonhar juntos. O problema é que depois volto para cá e o sonho é meio perigoso. Mas, não me vacinarei contra a esperança. Vou continuar sonhador e movido à esperança.