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Conversa, quarta feira, 26 de março 2014

Hoje, pela manhã, tivemos o Fórum sobre o ensino religioso em Pernambuco. Há uma lei e além das discussões sobre como aplicá-la, ainda temos as dificuldades quanto ao objetivo. Muitas religiões parecem querer fazer catequese nas escolas públicas e o Estado laical tenta algo maior. Cabia a mim falar sobre o ponto de vista das religiões. Procurei mostrar que o ponto de vista atual de muitas delas corresponde a uma involução de sua natureza mais profunda que é mistérica, isso é, de iniciação amorosa e não por ensino. 

Também defendi que ao educar os alunos para um maior amadurecimento humano e amoroso, estamos dando a maior contribuição que poderíamos dar às religiões. Por isso, o ensino religioso nas escolas que, de fato, pode ser um instrumento crítico dessa sociedade de consumo e de tecnocracia, só tem sentido se for trans-religioso e for um ensino inter-cultural e pluralista e não confessional. 

Gostei muito de ver que, apesar de tudo, temos muita gente caminhando nessa linha. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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