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Conversa, quarta-feira, 26 de outubro 2016

Cheguei ontem à Cidade do México, esse conglomerado humano de 20 milhões de habitantes e um território enorme do planalto mexicano. Como fica a mais de dois mil metros de altitude,  o clima é sempre mais frio, embora ainda não seja inverno.

Estou bem de saúde e já consegui descansar do enfado da viagem. E como gosto desse trabalho que faço, ele me faz bem.

Fui muito bem recebido pelas irmãs beneditinas missionárias que têm pequenas comunidades inseridas por todo o país e trabalham com lavradores, índios e pessoas de periferia. Nesses dias, vou ajudá-las a ligar mais a oração com a vida, a liturgia das horas com as culturas ancestrais dos povos que vivem aqui e com os desafios da realidade atual.

Ontem, visitei a sede do CENAMI, Conselho Missionário consagrado aos índios. Eleazar Hernandes é um amigo, índio zapoteca que trabalha com comunidades indígenas e ajuda o clero e o povo católico a integrar essas culturas na pastoral e na teologia.

É incrível como sabem muito mais do que nós ligar a contemplação do amor divino a cada paisagem bonita e à sua relação com a mãe-terra e a natureza. Vejo como a carta encíclica do papa Francisco sobre o cuidado da casa comum veio reforçar e ajudar esse caminho de inserção da Igreja nas diversas culturas indígenas.

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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