Trabalhei hoje o dia inteiro com a minha amiga, a teóloga Antonieta Potente sobre o nosso livro sobre os caminhos e perspectivas novas para a vida consagrada. Dia intenso, fecundo pelo diálogo sempre amigo e agradável, ao mesmo tempo profundo e instigante. Para mim, um tanto doloroso por remexer em feridas de minha história que desejaria sentir já curadas e quando se mexe, vejo que não estão (procuro novos caminhos e perspectivas para a vida religiosa quase desde que entrei no mosteiro há 50 anos e tantas vezes fui combatido e incompreendido por isso que estremeço só ao me lembrar. Não quero de modo algum me fazer de vítima, primeiro porque não sou e não em segundo lugar porque infelizmente não sou inocente nem santo. Tenho meus pecados, irrito as pessoas com facilidade, às vezes sou teimoso e quando penso uma coisa, é difícil me convencer do contrário, etc, etc, etc (Podia citar muitos outros defeitos que confesso e pelos quais sofro). Mas, independentemente disso, devo confessar que vi em alguns momentos no modo de agir de irmãos de comunidade uma crueldade que às vezes nem no mundo se vê ao menos tão rebuscada e estilizada. Mas, graças a Deus, isso passou e o importante é que continuo firme e sempre esperançoso em um futuro para uma vida consagrada que seja menos institucional, mais aberta ao novo e mais ecumênica.
Ontem à noite, em uma paróquia dessa região de Pistóia, fui convidado para falar sobre os 50 anos do Concílio Vaticano II. É incrível como os padres falam pouco disso. Parece que querem lembrar o mínimo possível. E só lembrar isso parece que irrita. Graças a Deus, no meio dos leigos, vejo uma abertura e interesse grande por esse tema. E quero escrever mais sobre isso.