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Conversa, quarta feira, 28 de maio 2014

Ontem, na cúria diocesana, a Comissão estadual da Verdade prestou contas à diocese de sua investigação sobre o assassinato do padre Antônio Henrique. Não pude ir porque foi na mesma hora em que estava sendo submetido à cirurgia de catarata. Mas, alguns amigos me disseram que esperavam mais. Na mesma ocasião, o arcebispo Dom Fernando inaugurou (ou retomou) a Pontifícia Comissão Justiça e Paz da arquidiocese que funcionava até Dom Helder deixar a arquidiocese e o seu sucessor fechou como fez com todos os organismos de pastoral social. Para orientar a comissão, o arcebispo nomeou o novo vigário geral (Dom Genival, bispo emérito de Palmares e um padre jovem que não conheço). Tomara que eles ajudem a comissão a ser toda feita por leigos e leigas, como é de sua natureza.

Dom Fernando ainda assinou a carta que pede ao Vaticano para abrir o processo de beatificação e canonização de Dom Helder Camara. Pessoalmente não sou a favor desses processos que o Vaticano tornou um ato de poder papal e que usam critérios de santidade discutíveis e pouco evangélicos. Esses processos de canonização romana são resquícios de uma Igreja medieval que temos de superar. Mas o fato do arcebispo abrir o processo sobre Dom Helder ajudará a Igreja do Recife a retomar a memória de Dom Helder e a quem sabe voltar ao espírito que ele animou. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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