A comissão teológica da ASETT (Associação ecumênica de teólogos/as do terceiro mundo) me pede um posfácio de um livro de um grupo francês: "Chémins de la Théologie en Amérique Latine". Li rapidamente o livro mesmo no computador para escrever. São artigos de vários autores/as e portanto com temáticas diversas, mesmo se o enfoque tem a mesma metodologia e o interesse é o mesmo: servir à libertação de nossos povos. No meio dos diversos autores, descobri um artigo meu, escrito nem sei quando e traduzido em francês sobre a teologia pluralista da libertação. Achei estranho nem terem me consultado se podiam publicar o texto nem se eu queria atualizá-lo. Afinal, é um texto certamente de mais de cinco anos. Mas, deixando isso de lado, minha primeira pergunta foi se esse livro de 220 páginas consegue dar aos leitores da Europa francofona uma visão mesmo resumida, mas fiel da Teologia latino-americana no momento atual. Tive a impressão de que a primeira parte - sobre a história - é mais bem cuidada e a mais improvisada é exatamente a última que trata dos caminhos novos e perspectivas que hoje se abrem. Isso pode ser porque não é um assunto tão claro ou porque ainda foi pouco desenvolvido... Sou a favor de tudo o que está escrito no livro. Concordo com tudo. Mas, tenho duas perguntas. A primeira e mais importante é se o que está escrito expressa realmente a realidade da teologia no continente. Sem dúvida expressa uma parte e não sei nem se é a parte mais numerosa ou mais espalhada. Talvez seja a mais significativa ou aquela na qual cremos e apostamos. Outra questão é até que ponto essa teologia consegue chegar ao povo ou tem elementos de base e finalmente se ela ainda é eficaz no sentido de contribuir com o processo de libertação latino-americano. Vou tentar responder a essas perguntas que me fiz ao ler esse volume. Mas, antes de responder, vou orar e vou pensar. E amanhã escreverei sem dúvida algumas impressões e provocações, mais do que certezas e respostas.