Queridos irmãos e irmãs,
Nesse dia que a Igreja Católica consagra à eucaristia, peço a Deus que torne nossas celebrações mais conviviais e expressivas do que Jesus quis com a ceia: sinalizar que quem celebra está disposto a doar a sua vida aos outros. Foi isso que ele fez e que nos mandou fazer. Peço também que a eucaristia volte a ser um sacramento, sinal de unidade. E que se apresse o dia em que nós, cristãos, não celebremos mais esse sinal de unidade estando na divisão (católicos, evangélicos, episcopais, ortodoxos, pentecostais, etc). Por falar em divisão, no século III, São Cipriano de Cartago dizia que a unidade abole a separação, mas respeita as diferenças. Ser mais eucarísticos significa aprender a conviver com as diferenças entre nós e não nos dividir por causa disso.
Uma rádio católica me telefonou perguntando o que eu penso do tema do sínodo dos bispos programados para outubro próximo. O tema é "nova evangelização para transmissão da fé cristã". Respondi que quanto mais a Igreja for sinodal, isso é, capaz de dialogar e de caminhar em comum e no diálogo, mais será evangélica. E se ela não for verdadeiramente evangélica (se ela mesma não viver profundamente o evangelho de Jesus, como poderá ser evangelizadora?). Então, eu dou o maior ponto para o sínodo, mas desejaria que ele fosse um organismo decisivo na Igreja e não apenas uma espécie de conselho consultivo do papa e em segundo lugar, penso que o tema é ótimo (nova evangelização) mas que deve ser em primeiro lugar para dentro da própria Igreja que precisa permanentemente ser evangelizada. São Francisco de Assis dizia isso no século XIII e tinha como lema fundamental de sua vida a evangelicidade. Eu preferiria falar em nova evangelicidade mais do que nova evangelização.
Temos de começar por nós mesmos, cada um/uma de nós, nossas comunidades e nossas organizações na Igreja.
Que o Espírito nos dê essa graça. O irmão Marcelo