Dom Hélder
Acabo de voltar do lançamento de três novos volumes de cartas circulares de Dom Hélder Câmara (essas são chamadas de pós-conciliares porque foram escritas logo depois do Concílio Vaticano II, entre fins de 1965 e 1966). Já tinham sido publicados seis volumes de cartas. Zildo Rocha que coordena a edição diz que se publicarem todas, serão 20 volumes e grandes.
Este lançamento hoje se deve ao fato de que nesse dia, 12 de abril, ha 48 anos (1964) ele tomava posse como arcebispo de Olinda e Recife. E começava a animar a arquidiocese como seu pastor por 21 anos. Hoje, havia muitas pessoas que conviveram com ele.
Ali estavam quase cem pessoas de alguma forma marcadas pela vida e pelo contato com Dom Hélder. Contei que entre os presentes havia três padres, juntos comigo, todos de certa idade (mais de 60). Fora disso, todos leigos e leigas. Poucos jovens. Um conjunto de choro tocava músicas para o coração. Garçons serviam aperitivos e bebidas. No auditório do Museu do Estado, um encontro de lançamento do livro no qual os discursos foram breves, mas bons e profundos. Comecei a ler ou melhor reler porque algumas eu tinha lido na época em que ele (Dom Hélder) mandava datilografadas e reproduzidas com carbono e a gente lia e se deliciava. O que surpreende é a alegria e a esperança profunda que mesmo em meio a um período de ditadura e de tantas dificuldades, ele expressava e vivia. Quero aprender a viver isso.