A mariposa e a vela
Hoje foi dia de revisão médica e de entregar exames de sangue e ultrassom do abdome. Nada de grave, diz o médico. O coração está bem. A preocupação maior era essa depois da cirurgia cardíaca, daqui há pouco fará um ano. E eu saí com recomendação de ver outro especialista (fígado, próstata, etc). O que, cada vez, me impressiona mais é como somos frágeis e de fato como diz o profeta Isaías: o ser humano é como a erva do campo. Hoje, existe, amanhã está seca ou murcha. Há alguns anos, como eu me sentia com saúde e parecia imune a doenças sérias. De repente, essa couraça se rompe e a gente experimenta que tudo pode ocorrer e doenças que vc nunca imaginou podem chegar. Um dia é a taxa de glicose que fica mais alta. No outro dia é a creatinina (nem sabia que isso existia) que está alterada e por aí vai... Pessoalmente, opto por viver o dia a dia, prosseguir a missão e pensar nos outros e no futuro do planeta... Quanto a mim, por enquanto, me sinto bem e vou em frente até quando der... Rumi, um místico muçulmano que viveu na Idade Média meditava durante uma oração: "A razão humana é como uma mariposa e o Bem-amado como a vela. Quando a mariposa se lança contra a chama, é queimada e destruída. Mas, a mariposa, mesmo queimada e torturada, não consegue se afastar da chama. Se há um ser vivo, como a mariposa, que se apaixona pela chama da vela e se lança em sua direção, também é uma mariposa. Se a mariposa se lança contra a chama da vela e não se queima, então a vela não é vela. Assim, a pessoa que não se apaixona por Deus e não se joga arriscadamente para mergulhar nele (como a mariposa à luz da vela), parece que não realiza totalmente sua vocação humana e se ao se aproximar do ser divino pudesse apreendê-lo, esse Ser não seria verdadeiramente Deus".