Ontem, coordenei na Católica o encontro com o grupo de pós- graduação de ciências da religião. O tema pedido era Teologia indígena e o diálogo entre as religiões. Isso se fazia pelo estudo de um texto de Diego Irárrazaval, teólogo chileno, amigo meu que trabalha na pastoral e teologia índia (dos Andes). No nosso encontro estava presente (meio por acaso e por ser aluno da pós-graduação o padre Francisco Bispo, jovem coordenador do CIMI - Conselho Indigenista Missionário aqui no Nordeste. Conversei com o grupo como a valorização das religiões e tradições espirituais indígenas é fundamental para a resistência desses povos e a força de suas culturas e sobrevivência mesmo física coletiva. Conversamos sobre os desafios para descobrir valor teológico e espiritual em religiões que são da natureza e têm princípios muito diferentes da nossa. Um segundo elemento é valorizar as culturas indígenas mesmo quando os índios estão já dentro do Cristianismo. Seria redescobrir a possibilidade de verdadeiros Cristianismos indígenas. Infelizmente nossa Igreja ainda é muito européia e ocidental. Foi uma conversa de uma hora na qual o grupo participou bem e parece que todos gostaram.
De lá fui ao Teatro Arraial, onde junto com Pedro Lapa, participei de um evento do MST em comemoração ao aniversário do massacre dos lavradores sem terra em Eldorado de Carajás (1996). Vimos dois filmes bonitos e comoventes sobre o MST e saímos de lá mais confiantes na vitória do povo em sua luta.