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​Conversa, quinta feira, 18 de julho 2013

Hoje fui convidado pela paróquia de Casa Forte (em Recife) onde 30 jovens, o bispo e dois padres de uma diocese da França estão hospedados antes de viajar ao Rio para a Jornada da Juventude. 

Quiseram me encontrar e que eu falasse sobre Dom Hélder Câmara. Contei algumas coisas que vivi com o Dom. Mas, o mais importante foi perguntar a eles: O que será que Dom Hélder diria a vocês que estão partindo para a Jornada da Juventude? 

1o - Certamente, ele ficaria contente com essa oportunidade de um encontro de jovens do mundo todo. 

2o - Ele lamentaria ser um encontro por demais "católico-romano" e mais romano do que católico, já que católico significa universal, o que significaria ser ecumênico e mais aberto à juventude do mundo, tanto os jovens crentes como os não crentes. 

3o - Além disso, ele sofreria ao ver que o programa da Jornada Mundial da Juventude é todo centrado nos temas de uma Igreja cristandade - confissão privada, via sacra, missa para uma massa imensa, mas pouco anúncio do reino de Deus e nenhuma abertura ao mundo de hoje e menos ainda a clareza de uma missão social e política dos cristãos. 

Assim mesmo ele entusiasmaria vocês para bagunçarem o coreto, não ficarem só nos aplausos ao papa (cuidado com o risco da papolatria) e principalmente tentem tornar essa nossa Igreja mais jovem, jovem como vocês.... 

Não sei se eles compreenderam e o que pensam disso. Eu tinha de dizer isso. E disse. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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