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​Conversa, quinta feira, 19 de dezembro 2013

Ontem passei a tarde no encontro estadual do MST perto de Caruaru (Centro Paulo Freire). Disseram-me que havia 800 militantes no encontro. Muita gente jovem. Eu fui com Maria Fernanda Coelho, minha amiga, ex-presidente da Caixa Econômica e grande amiga do MST e Pedro Lapa que, desde muitos anos, acompanha o movimento. Participamos de uma sessão de depoimentos e testemunhos de amigos do MST. A maioria foi de falas boas e profundas. Uma ou outra ainda em uma linha de propaganda política na qual o movimento parecia objeto de ajuda. Tomara que os militantes percebam isso e reajam. Entretanto, o clima geral foi muito bom e profundo. Eu falei que, quando há um terremoto, existe o tremor de terra, o epicentro e a falha estrutural na terra, falha que o provoca. No mundo atual, o terremoto maior é a crise de civilização em que vivemos, o epicentro é o Capitalismo e a opção dominante da sociedade que se baseia no mercado como ídolo absoluto e meta única. Temos de responder a isso com outra trindade que não é de terremoto, mas de reequilíbrio da vida. Nesse caminho novo, o bolivarianismo, a integração latino-americana em um novo tipo de socialismo é a alternativa social que temos, o MST é um instrumento eficaz para isso, mas o que está na raiz de tudo é uma espiritualidade ecumênica e humana (religiosa ou não) que torna as pessoas amorosas, solidárias e capazes de conversão pessoal e do mundo. É isso que visamos e pelo qual lutamos.

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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