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Conversa, quinta feira, 20 de março 2014

Passei a tarde no Consulado da Venezuela. Carmen, a consulesa, é uma jovem venezuelana muito inteligente e simpática. Extremamente antenada com tudo o que se passa com o seu povo. E a sua equipe de apoio é muito boa. O consulado traduziu o Livro Azul, uma das obras mais importantes do Comandante Hugo Chávez e esse livro, em português, será lançado no próximo dia 09 de abril na Católica em uma sessão pública para a qual se conta com muita gente. De fato, li o livro e gostei muito. Penso que ali se pode conhecer o pensamento profundo do presidente Chávez, tão caricaturado pela grande imprensa em nossos países. 

Ali ele explica como o bolivarianismo se desenvolve como uma árvore de três raízes: a raiz que vem de Simon Bolívar e é o anseio de completar a independência da Venezuela e de retomar o projeto de integração latino-americana em uma única pátria grande. 

A segunda raiz vem de Simon Rodriguez, mestre de Bolívar. É a convicção de que o instrumento fundamental da revolução é a educação. E educação aberta, gratuita e acessível a todos. A terceira raiz vem de Ezequiel Zamorra (os brasileiros não sabem quem foi - era um líder camponês venezuelano do século XIX). É a intuição de que os militares e civis têm de se unir e os militares não podem continuar em uma cultura de que são superiores e que devem impor medo às pessoas. Ao contrário, diante deles, as pessoas devem sentir-se seguras e eles viverem de fato a cultura de que existem a serviço do povo. 

Chávez viveu e deu a vida por esses valores. 

Agora, a Venezuela foi duramente atacada pelo governo norteamericano. A CIA formou líderes da oposição venezuelana e os mandou executar o plano do golpe de Estado lento e que mina a paz do país com atentados, manifestações violentas e quebra quebra. Durante um mês, tentaram isso. Perderam. Mas, os custos são enormes e o país tenta com esforço se restabelecer. O presidente Nicolas Maduro deu provas de maturidade política ao propor mesas de paz, diálogo com a oposição, ao mesmo tempo que firmeza em não permitir situações de violência contra o povo. 

Eu me dispus a ajudar como for possível, principalmente no campo das ideias e da educação.

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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