Esses dias no norte da Itália têm sido muito corridos e só agora tenho condições de voltar a me comunicar com vocês. Em Florença, o encontro sobre Rio 92+ 20 não foi tão bom como eu esperava. Os coordenadores estavam muito presos a fazer propaganda de seus trabalhos assistenciais em América Latina e eu não quis entrar nesse jogo. O encontro em Bérgamo (ontem) sobre a pobreza e o Concílio Vaticano II foi melhor, embora o plenário fosse ainda muito frio. Hoje tenho em Veneza um debate com dois cientistas sociais (o francês Serge Latouche e o italiano amigo Riccardo Petrella) sobre como "descolonizar o imaginário" para propor um caminho de decrescimento para o mundo e não de continuar esse desenvolvimento suicida do capitalismo.
Depois contarei como foi. O que é bom nesses dias é encontrar amigos e amigas que constituem uma verdadeira comunidade na diáspora (dispersão) e com muito carinho e afeição. A maioria pessoas fora de instituições eclesiásticas, mas muito no coração da vida da humanidade. Também me alegra ver quantos grupos de solidariedade e de resistência a esse sistema. Quase mais aqui na Itália mesmo do que em nossos países da América Latina.
O que vale é que aqui ou ali o amor e a energia de solidariedade que vocês e eu trazemos no peito vai levando à frente esse caminho bolivariano novo e revolucionariamente espiritual.