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Conversa, quinta feira, 22 de janeiro 2015

Ontem, participei no templo da LBV (hoje se chama Religião de Deus), de um ato interreligioso contra a intolerância religiosa e pela paz. O clima foi espiritual e o ambiente fraterno. Uns vinte representantes de tradições religiosas diferentes falaram. Eu não quis subir no palco. Preferi ficar na assembleia.

Como nessas coisas, o importante é o espírito, não cabe nenhuma crítica à forma ou ao estilo. O importante é o espírito que foi muito bom. Como sou muito crítico e não tenho como não ser, sofri porque me deparei com uma imensa falta de preparo das pessoas. Elas têm boa vontade, se dispõem a fazer um encontro como esse, mas na hora de falar, fazem autopropaganda de sua confissão. Se é para o católico falar do papa, o evangélico da Bíblia e de Jesus, o judeu da Torá e assim por diante, temos um encontro de apresentações paralelas e autojustificativas e não um ambiente de diálogo e de encontro com o outro. Mas, como mudar isso? Como fazer essa crítica sem ofender?

Além disso, para as pessoas que olhassem de fora, um ato  feito nesse formato pode legitimar  certo clericalismo. Quem fala é clero ou chefe da religião. Por que não ousar ser mais democráticos?

Vou estudar como escrever uma reflexão que possa ajudar o grupo a caminhar mais na direção do diálogo. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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